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A Estrada da Noite - Joe Hill

Posted by Bruna Fernandes on 19:11 in
 
Autor: Joe Hill
Editora: Sextante


Estrada da Noite conta a história de Jude Coyne (trocadilho com ‘moeda de Judas’), um músico gótico, que após ter se divorciado, estando na meia-idade e aposentado, resolve comprar um fantasma em um leilão on-line. Jude é colecionador de objetos estranhos, incluindo uma fita de vídeo que mostra um assassinato de um jovem casal. Ele ‘compra’ o fantasma através de um paletó que seria supostamente acompanhado pelo antigo dono, que já havia morrido. A peça de roupa chega em uma caixa preta na casa dele.

Este livro é escrito por Joe Hill, filho do mestre Stephen King com a romancista Tabhita King. Provavelmente adotou outro nome, para que pudesse se estabelecer no mundo literário sem a sombra do pai. ’A Estrada da Noite’ foi lançado envolto em muita expectativa em uma época de ‘crise’ nos lançamentos no gênero do terror.

É uma trama muito peculiar, não só pela proposta de um fantasma ser comprado pela internet, o que aguça realmente a curiosidade do leitor, mas pelo texto atípico de Joe, que consegue transformar algo muito distante da realidade em algo quase compreensível. A história é bizarra mas o personagem que move isso também é, então acaba ‘fazendo sentido’.

Jude não é exatamente o mocinho da história. Ele e sua companheira Marybeth são assombrados pelo fantasma como parte de um plano de Jéssica, irmã da ex-amante-suicida de Jude. Ela o culpa pela morte da irmã e sabendo do impulso de Joe por colecionar coisas esquisitas, leiloa o ‘fantasma’ do pai, muito conservador, que ‘envia’ mensagens para Joe. A história é meio confusa mas dá para ter uma idéia do que se trata logo nas primeiras páginas.

Depois,descobrimos que Jude não foi de fato o responsável pelo suicídio da moça,mas isso não o torna cheio de qualidades.Ele é extremamente egoísta,com desvios de personalidade irritantes.Ele teve um passado familiar traumático,assim como Marybeth,sua atual companheira,mas não há como sentir simpatia por ele.Ele não é vilão,mas passa longe de ser mocinho.Ele é apenas o personagem principal.

Como o livro foi escrito perto da era Bush, talvez o conservadorismo implícito no fantasma seja uma crítica ao estilo de vida americano. Como se todo americano tivesse um ‘fantasma’ dizendo o que se deve ou não fazer. Na época o livro foi descrito, de fato, como crítica social, mas não sei até que ponto realmente é.

A história é densa mas os capítulos são sintetizados. Não ocorre nenhuma grande cena, mas também não cai na monotonia. O objetivo, me pareceu ser abordar a questão do sobrenatural e até que ponto ele interfere na crença do ser humano.

É um livro que talvez os fans de Stephen King queiram conferir, mas não espere algo muito ‘cinematográfico’, pois Joe possui uma forma de escrita bem resumida. E então, alguém aí já leu?

1 Comments


Não curto muito esse gênero não, mas sua resenha ficou ótima.

Parabéns

Beijos

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