Faz de Conta Entrevista: Vicente Reckziegel
Sempre gostei de ler, inclusive aprendi antes de ingressar na escola, de tanta vontade de entender o que dizia os gibis da minha infância. E junto com essa vontade de ler, veio o gosto pelo escrever, colocar no papel tudo que pudesse imaginar. Com o passar do tempo, a leitura tornou-se uma “obrigação” na minha vida, seja ela de um livro, uma revista ou um jornal. Não saberia viver sem a leitura diária de algo que me traga satisfação.
2– Quem são seus autores nacionais preferidos?
Na infância/pré-adolescência, gostava muito dos livros do Marcos Rey e Pedro Bandeira. Ultimamente tenho tido contato com alguns bons escritores da nova geração, como a Ana Paula Bergamasco (Apátrida), Fabian Balbinot (Doença e Cura), entre tantos outros. E também adoro os livros do Luís Fernando Veríssimo. No quesito humor inteligente, ele é insuperável.
3– Está lendo alguma obra no momento? Qual?
Acabei de ler 'Inspiração a Beira do Abismo', do Jocir Prandi. Uma seleção muito boa de contos do nosso cotidiano, que eu recomendo. Em seguida começarei a antologia 'Moedas Para o Barqueiro'.
4– Possui algum projeto literário que ainda está na gaveta?
Tenho muita coisa nas gavetas da minha mente, meus cinco próximos livros já estão mentalizados e prontos para serem escritos, pena a falta de tempo para isso, mas aos poucos tudo vai ir para o papel (ou melhor, para o computador). Mas alguns contos tenho prontos, para participação em antologias, mas por enquanto estou guardando, para talvez num futuro próximo usá-los num livro próprio de contos.
5– Quais são as principais dificuldades de ser um autor independente?
O problema é que para os autores nacionais iniciantes, a literatura é somente uma espécie de hobby, todos tem seus próprios trabalhos, pois é praticamente impossível, viver da escrita. Além disso, as Editoras médias/pequenas não tem força de divulgação, restando ao próprio autor todo esse trabalho. Com tudo isso, creio que a principal dificuldade é a falta de tempo, e mesmo assim conseguem ter um nível igual ou até mesmo melhor que alguns autores estrangeiros, que vivem somente da escrita, não necessitando ter outras preocupações, inclusive com a própria divulgação do trabalho. Mesmo assim não dá para reclamar, mas sim continuar em busca do sonho. Ninguém disse que esse seria um caminho fácil.
6 – Que mensagem você gostaria de deixar alguma mensagem para jovens que pretendem escrever um livro?
Que leiam muito, mas muito mesmo, somente assim a escrita poderá fluir de forma adequada. Ninguém pode ser um bom escritor sem ser um grande leitor. E mostrem para os outros o que escrevem, pois só assim poderemos ter uma leve noção da qualidade do texto. E praticar muito, pois para acertar, precisamos errar muito, só assim para o aprendizado ser completo.